Interplexa

Do Latim Estérico: Inter (prep. "entre") + plexa (particípio do verbo "plicare", "dobrar", "desdobrar", "laçar") Significado: 1. neutro plural:"Coisas entrelaçadas ou que se desdobram internacionalmente" 2. feminino singular: "Mulher (ou menina) de camadas interligadas ou que se desdobra internacionalmente) Vide também: www.internexa.blogspot.com

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Brasiliense de origem montalvanense desbravando o gelado inverno do doutorado canadense.

4.10.06

Intervalo com Bertrand Russell

Devido a dificuldades técnicas e interferências escolares, nossa programação normal foi temporariamente suspensa. Nós pedimos desculpas por qualquer inconveniência e/ou frustração que isso possa ter causado. Retornaremos a nossa difusão costumeira de pensamentos estéricos originais e/ou semi-originais na próxima semana.

Enquanto isso, fica com aqui algumas frases das obras educacionais de Bertrand Russell.

Agradecemos sua preferência. Volte sempre!

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Nenhuma teoria política é adequada se não for aplicável às crianças, assim com aos homens e mulheres. Teoristas na sua grande maioria não têm filhos, ou se têm, eles se mantêm cuidadosamente afastados de qualquer perturbação que poderia ser causada por jovens agitações. Alguns desses teoristas escreveram sobre educação, mas em geral sem ter nenhuma criança de verdade em mente enquanto escreviam. (p. 401)

Autoridade na educação é de certa forma inevitável, e aqueles que educam têm que achar uma maneira de exercer autoridade de acordo com o espírito de liberdade. Onde autoridade é inevitável, torna-se necessária a reverência.

Para educar bem, e para fazer os jovens crescerem e desenvolverem sua estatura plena, a pessoa deve encher completamente com um espírito de reverência. É reverência para com os outros que falta naqueles que defendem sistemas feitos à máquina e gravado em ferro.


Na educação, com seus códigos de regulamentos vindos do governo, suas salas lotadas, currículo fixo e professores explorados, sua determinação em produzir uma mediocridade pegajosa, a falta de reverência para com a criança é praticamente universal. Reverência requer imaginação e calor humano; ela requer ainda mais imaginação para com aqueles que de fato têm o nível mais baixo de poder ou realização de fato.

A criança é fraca e superficialmente tola, o professor é forte e, em geral mais sábia que a criança. O professor sem reverência, ou o burcrata sem reverência, facilmente despreza a criança por cause dessas inferioridades exteriores. Ele acha que é seu dever ‘moldar’ a criança: na sua imaginação ele é o fazedor de pote com a argila. Desta forma, ele dá a criança uma forma que não é natural, que endurece com a idade, produzindo rachaduras e insatisfações espirituais, de onde saem crueldade e inveja, e a crença que as outras pessoas têm a obrigação de sofrer as mesmas distorções.

O adulto que tem reverência não acha que é seu dever ‘moldar’ os jovens. (…) Na presença da criança ele sente uma humildade inexplicável - uma humildade que não é facilmente defendinda em nenhuma base racional, mas de alguma forma mais próxima da sabedoria do que a auto-confiança fácil de muitos pais e professores. (p. 402-3)

Extraído de “Principles of Social Reconstruction”, (1916) in The Basic Writings of Bertrand Russell, 1903-1959. Ed. Robert E. Egner and Lester E. Denonn. New York: Simon and Schuster, 1961. Trad. Ester Macedo.