Interplexa

Do Latim Estérico: Inter (prep. "entre") + plexa (particípio do verbo "plicare", "dobrar", "desdobrar", "laçar") Significado: 1. neutro plural:"Coisas entrelaçadas ou que se desdobram internacionalmente" 2. feminino singular: "Mulher (ou menina) de camadas interligadas ou que se desdobra internacionalmente) Vide também: www.internexa.blogspot.com

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Brasiliense de origem montalvanense desbravando o gelado inverno do doutorado canadense.

25.6.07

Brincar é coisa séria

Quando eu era criança, eu gostava muito de ler. Muito mesmo. Na verdade, eu lia tanto, que nem sei se eu era muito criança de fato. Eu preferia a companhia de livros do que a de outras pessoas. Eu preferia ler a brincar com gente da minha idade. Na verdade, eu gostava tanto de ler, que teve vez que a professora até chegou a chamar meus pais na escola, preocupada com minha seriedade precoce.

Por um lado, eu acho que essa seriedade toda me faz amadurecer mais rápido. Mas por outro lado, eu acho que isso também prejudicou meu desenvolvimento em outras áreas. É como se eu fosse gente grande desde pequena, e nem sempre duma maneira positiva. É possível ser imaturamente maduro, e na verdade, não é nem tão difícil.

Mês passado eu escrevi sobre "neotenia", e é algo em que tenho pensado bastante. Chame de síndrome de Peter Pan, chame do que for, mas minha opinião atual é que ser infantil é coisa muito séria. E estou me divertindo pacas tentando despertar minha criança interior (uma criança meio sisuda, mas ainda assim criança).

Quando eu era pequena, por algum motivo me veio à cabeça a convicção de que ou se é bom com livros, ou com esportes, mas não com os dois. E já que desde quando eu me entendia por gente eu já gostava de ler, eu meio que achei que minha escolha já estava feita e selada, e que seria fominha demais gostar de esportes também. Então eu entrei nesse círculo vicioso de que eu era "um desastre" em qualquer coisa que envolvesse o físico.

Acho que só foi lá pros meus 25 anos que eu saquei que essa dicotomia mente-corpo era um mito -- e um mito não só bobo como também prejudicial. Desde então eu tenho tentado reverter os efeitos de um quarto de século de vida sedentária, nem sempre com muito sucesso (embora deva confessar que é bem melhor tentar quebrar a vida sedentária agora do que esperar mais outros 25 anos).

Tudo começou com a bicicleta. Depois a dança. Depois, mexer através do umbigo. Ontem eu experimentei dar tacadas em bolas de golf pela primeira vez. E frisbee. E pulei num trampolim. E, para minha grande surpresa, não foi nenhum desastre. Muito pelo contrário.

Eis então que um círculo vicioso dá lugar a outro ciclo, não tão vicioso mas igualmente viciante. Só espero que meus livros não fiquem com muito ciúmes. E se ficarem, ah, problemas...

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Que bom que vc está de volta! Fico feliz em ler posts seus e do Chico diariamente. Beijocas

junho 25, 2007 1:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

Oi, Teté. Você vê que somos "o avesso do avesso do avesso do avesso". Hehehe. Beijinho, Fan.

junho 25, 2007 1:22 PM  

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