Interplexa

Do Latim Estérico: Inter (prep. "entre") + plexa (particípio do verbo "plicare", "dobrar", "desdobrar", "laçar") Significado: 1. neutro plural:"Coisas entrelaçadas ou que se desdobram internacionalmente" 2. feminino singular: "Mulher (ou menina) de camadas interligadas ou que se desdobra internacionalmente) Vide também: www.internexa.blogspot.com

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Local: Brasília, Toronto

Brasiliense de origem montalvanense desbravando o gelado inverno do doutorado canadense.

25.5.07

"Troco um cheque, mudo uma planta de lugar"

Entre as transações bancárias da semana, incluindo uma misteriosa discrepância de $15 em meu favor, uma preocupação inédita: parece que assassinei uma planta. Por negligência. Negligência não, porque preocupar eu preocupei muito. Mas nem só de preocupações vivem as plantas. Vamos aos fatos.

Fato número 1: Minha colega foi passar os próximos meses em Montreal, e deixou em meus cuidados vários items interessantes, incluindo um sofá, uma cadeira, uma máquina de café expresso e uma planta.

Fato número 2: A única planta que tive na minha vida foi um cacto que ganhei quando fiz 15 anos. O cacto morreu após alguns meses. De desidratação.

Fato número 3: Eu falei para minha colega que eu não era boa com plantas. Ela disse que era muito fácil, que eu só tinha que regar a planta uma vez por semana. Isso eu fiz. Mas a planta começou a morrer assim mesmo.

Fato número 4: Plantas são seres autótrofos. O que quer dizer que elas produzem seu próprio alimento, ao contrário de seres heterótrofos, que têm de buscar sua fonte de nutrição ingerindo outros seres vivos.

Fato número 5: A colega veio visitar final de semana passado. A máquina de expresso estava bem tratada, o sofá também, mas a planta nem tanto. Ela atribuiu ao fato de eu ter colocado a plantinha num cantinho fora do alcance de tropeções. O cantinho também era fora do alcance de luz solar, algo que eu não tinha notado antes.

Fato número 6: As plantas são autótrofas, o que não quer dizer que elas geram energia ex nihilo. Elas produzem o açúcar que necessitam através da fotossíntese. Pode-se dizer então que a comida das plantas é luz. Eu esqueci de alimentar minha planta.

Fato número 7. Nos dias que se seguiram, eu me tornei bastante atenta a luminosidade de vários lugares. Coloquei a planta perto da janela. Descobri que o sol só bate lá entre 6 e 8 da manhã. Coloquei uma lâmpada de 60watts para brilhar em cima da planta. Levei a planta para passear lá fora e pegar um solzinho. Pedi conselhos a amigos. Podei a plantinha. Levei para o escritório, onde o sol bate mais forte.

Fato número 8. Agora quase uma semana de intensos cuidados depois, a planta parece estar ressucitando, ou assim espero.

Morais da história:

1) Plantas são seres difíceis de se alimentar. Porque, como diz meu irmão citando um cantor famoso (Cartola?), plantas não choram, elas só exalam. E euxalês é um idioma que eu não domino.

2) Preocupação só não basta; saber o que fazer ajuda.

4 Comments:

Blogger Danilo Paiva said...

Ester, minha querida, como é bom ler os seus textos! Eu quero ser que nem você quando eu crescer, você me ensina?
Fico feliz que a sua acabativa toda não tenha dado conta de acabar com a coitada da planta (aliás, Planta era o nome da minha primeira república em Campinas - as nossas paredes eram verdes, ao contrário da planta que você cuidava de matar, aparentemente).
E gostaria de adicionar que preocupação não só não basta, como não ajuda em nada. Será que um dia a gente aprende a não se preocupar, e ainda assim fazer a coisa certa?
Beijos à estérica potência,
Danilo

maio 26, 2007 1:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Dos mais engraçados o texto da planta. Ri muito aqui (tirando o momento em que lembrei do cacto e por respeito fiz um momento de silêncio). Sobre o Cartola, são as "rosas", mas talvez se aplique ao resto das plantas.

Beijo, Fan.

maio 27, 2007 9:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ah, o título é muito bom também. Tinha esquecido de comentar. Nada noonsense. Por incrível que pareça, o assunto passa por "troco uma planta de lugar".

Mais beijo, Fan.

maio 27, 2007 9:46 PM  
Blogger Ester Macedo said...

Dan,

Não sei: às vezes sem preocupar a gente não toma a iniciativa (e acabativa) de saber o que fazer; mas depois que a gente aprende a preocupação fica supérflua. Ou não: pois sou criança, e não conheço a verdade. Quem sabe eu ainda sou uma garotinha?

maio 29, 2007 3:04 PM  

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