Lar Diaspórico - ou "Eterno enquanto dure"
O título do texto da semana passada era na verdade para o assunto desta semana: meu apartamento novo. Tendo tomado a decisão de me sentir em casa onde quer que eu esteja, mudar para um apartamento só meu ajuda.
Mudança é sempre cansativo, mas também é divertido. Acho que sofro da condição crônica de não conseguir se acostumar a ficar acostumada com as coisas. Muito Heraclítico isso.
Sendo assim, mesmo estando neste apartamento só por alguns meses, eu estou me divertindo em deixar ele com cara de casa -- minha casa. Acho que essa sensação é o que a escritora Naomi Scheman chama "lar diaspórico":
A idéia do "Lar diaspórico" é parar de esperar pelo lugar onde tudo é ideal, e concentrar em fazer o lugar atual um pouco mais ideal. É um convite a pensar menos em perfeição, e mais em aperfeiçoamento, sem nem fugir do local atual, nem se contentar em deixá-lo como está. A identidade diaspórica lembra que "Lar" é onde se está, e aonde se está indo, e de onde se veio, tudo ao mesmo tempo.
E, como Vinícius de Morais diria, que seja eterno enquanto dure.
* Scheman, Naomi. "Forms of Life: Mapping the Rough Ground." The Cambridge Companion to Wittgenstein. Ed. Hans (ed and introd ). Sluga and David G. Stern. Cambridge, England: Cambridge UP, ix, 1998. 383-410.
Mudança é sempre cansativo, mas também é divertido. Acho que sofro da condição crônica de não conseguir se acostumar a ficar acostumada com as coisas. Muito Heraclítico isso.
Sendo assim, mesmo estando neste apartamento só por alguns meses, eu estou me divertindo em deixar ele com cara de casa -- minha casa. Acho que essa sensação é o que a escritora Naomi Scheman chama "lar diaspórico":
A identidade diaspórica é uma forma que o estrangeiro interior pode tomar, e é crucial que não seja só uma questão de estar de passagem, sem ter ligação nenhuma com o lugar onde se está, só se importando com o "lar", seja lá onde ou quando ele for. Pelo contrário, aqueles que vivem diasporicamente muitas vezes trazem para o local de estada recursos de inteligência moral, convicção e coragem. (...) Somente através do envolvimento na reparação do mundo é que eles conseguem ir para casa. (Scheman, p.404)
A idéia do "Lar diaspórico" é parar de esperar pelo lugar onde tudo é ideal, e concentrar em fazer o lugar atual um pouco mais ideal. É um convite a pensar menos em perfeição, e mais em aperfeiçoamento, sem nem fugir do local atual, nem se contentar em deixá-lo como está. A identidade diaspórica lembra que "Lar" é onde se está, e aonde se está indo, e de onde se veio, tudo ao mesmo tempo.
E, como Vinícius de Morais diria, que seja eterno enquanto dure.
* Scheman, Naomi. "Forms of Life: Mapping the Rough Ground." The Cambridge Companion to Wittgenstein. Ed. Hans (ed and introd ). Sluga and David G. Stern. Cambridge, England: Cambridge UP, ix, 1998. 383-410.
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